
STANISLOVES-ME
2015 Dezembro
Direção: Simone Reis e Ultra Martini
Texto: Simone Reis e Ultra Martini
Performance: Ultra Martini
Sonoplastia: Francisco Mossri e Ultra Martini
Luz: Lui L’Abbate e Larissa Souza
Produção: Rhennan Soares
Stanisloves-me é um experimento cênico radical em que Ultra Martini encarna Maria, uma jovem atriz estudante de artes cênicas obcecada pelo treinamento e pela busca de perfeição. A partir dessa personagem, o espetáculo se constrói em tempo real, num jogo improvisado com o público: Maria treina, erra, repete, tenta novamente, se contradiz, se parodia, se expõe. Cada gesto ou reação do público pode se tornar gatilho para uma nova cena, que nasce ali, no risco e na instabilidade.
O Teatro Pândego, criado por Simone Reis em 1995, sustenta esse processo, propondo uma cena imprevisível, tragicômica, que mistura teatro físico latino, melodrama, dança contemporânea, butoh, novas mídias e excesso afetivo. Os performers não repetem nada de forma idêntica: multiplicam vozes, corpos e códigos pessoais, reinventando-se diante do olhar do público.
Assim, o espetáculo se dá como uma homenagem paródica ao fazer teatral e às grandes vozes femininas da cena, mas também como um campo de jogo em que performer e plateia mergulham juntos no abismo do improviso; um lugar onde o teatro pode dar certo, dar errado, ou simplesmente se refazer a cada instante.

Teatro Pândego
A linguagem pândega é fundado em 1995 pela diretora, pesquisadora e performer Simone Reis, sob a perspectiva da antropofagia oswaldiana, da regurgitofagia e do teatro performativo que também remete ao dionisíaco, à velocidade, à simultaneidade, à memória, à leveza, à relação com o público, à latinidade e ao melodrama.
Aborda as artes cênicas de modo híbrido, intertextual e tragicômico. Teatro físico latino interdisciplinar, cafona, musculatura afetiva exacerbada, butoh, dança contemporânea, novas mídias e atores-pessoas se presentam depois do movimento Pós Dramático.
Atores performam como “cegos guiados por um instinto mal conhecido” como diria Antonin Artaud, esse é o lema dos performers em cena que são batizados às tosses e gargalhadas pândegas.
Os atores, ora contidos, ora excessivos, nunca repetem a mesma cena de modo igual, porém exibem multiplicações cênicas corporais e vocais reinventadas plenas de nuances, códigos pessoais.Como na vida real, esse teatro pode ser imprevisível, dar certo, dar errado!
Teatro realista pós performativo sinfônico? Nada se repete, tudo se refaz, bem feito, mau feito, realista-real e com a intensa participação do público.Atores-autores dançam, cantam, balbuciam confusões, riem de si, engasgam palavras realistas. Patéticos, contundentes e provocativos dramatizam o cotidiano e a complexidade do mundo contemporâneo. Um salto gracioso no escuro do mundo.
Simone Reis e Ultra Martini se encontram para criar uma experiência onde a cena se torna campo de risco e jogo entre o performer e o público.
Trajetória de Stanisloves-me
Stanisloves-me nasceu em 2016, dentro do curso de Artes Cênicas da Universidade de Brasília, a partir da colaboração com a diretora Simone Reis e da linguagem pândega. A estreia foi imediatamente reconhecida pela crítica: Ultra Martini (na época ainda sob o nome Bruna Martini) recebeu o Prêmio FESTU Rio de Melhor Atriz pelo espetáculo, além de ser aclamado por artistas como Lília Cabral, que destacou a potência da interpretação.
No mesmo ano, a peça recebeu diversas indicações, entre elas Melhor Espetáculo, Direção, Dramaturgia e Atriz, e venceu o Prêmio Sesc do Teatro Candango de Melhor Sonoplastia. Stanisloves-me rapidamente se firmou como uma obra de referência no teatro universitário e independente, circulando em festivais e mostras no Rio de Janeiro, Brasília e outras capitais.
O espetáculo consolidou-se como um experimento cênico radical, no qual a personagem Maria — uma jovem atriz em busca da perfeição — se torna pretexto para um jogo improvisado com o público, em que fracasso, risco e humor se entrelaçam. Cada apresentação se renova como experiência única, celebrando as vozes femininas do teatro, a relação mãe-filha e a própria arte de representar.Hoje, Stanisloves-me é parte fundamental da trajetória de Ultra Martini, tendo marcado sua revelação como intérprete no teatro brasileiro e se mantendo como obra viva, que continua a dialogar com sua pesquisa sobre risco, fabulação e borramento de fronteiras.


Teaser do trabalho: https://www.youtube.com/watch?v=4YN62AVof_k
Peça completa: Espetáculo Stanisloves-me
Clipping
https://www.metropoles.com/colunas/tipo-assim/aluna-da-unb-bruna-martini-e-revelacao-do-teatro-de-brasilia-em-2016
https://www.youtube.com/watch?v=Mo8G4v9GOdc
https://amulherdopiolho.com.br/os-gritos-de-uma-senhora-jovem-atriz-d971d075e4ab
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